6 meses no Rio de Janeiro
Há tempos planejava me mudar para uma cidade maior e entre as cidades brasileiras o Rio de Janeiro sempre esteve em primeiro lugar na minha lista de possibilidades. Convencer a Jerssica de que essa seria uma boa decisão não foi nada fácil e não aconteceu da noite pro dia, mas depois de alguns meses de muita conversa - e de vários “e se” - chegamos a um consenso e decidimos que esse seria o melhor “próximo passo” que poderíamos dar na nossa vida.
Processo seletivo
Logo que tomamos a decisão entrei no processo seletivo para uma vaga no time de plataformas da Globo.com. O processo é separado em algumas fases. No início tive uma entrevista por telefone com o gestor da área, após um longo papo(~1h) fui convidado a fazer um desafio de programação, topei de imediato.
Alguns dias depois de enviar o código do desafio, entraram em contato comigo me convidando a ir até a sede da empresa e participar de mais uma fase do processo. Nessa fase eu passaria o dia dentro da empresa interagindo com um ou dois times para me avaliarem. Algum tempo depois dessa visita à empresa recebi uma proposta e decidi aceitar, em mais ou menos um mês eu embarcava de Imperatriz para o Rio.
Cittá América / Globo.com
A mudança
Sem dúvidas essa foi a parte mais chata de todas. Como forma de facilitar a contratação de pessoas de outras partes do país, a Globo.com ajuda na mudança dos funcionários contratados. Até aí beleza, mas eu precisava me livrar de muita coisa que não poderia trazer(em Imperatriz a rede é 220v e aqui no Rio é 110, tchau eletrônicos), entregar a casa que eu morava, embalar caixas, desmontar móveis, etc. Uma tarefa e tanto pra ser feita em um mês mas tinha que dar.
E deu. Entreguei a casa 2 dias antes da viagem e ficaram poucos detalhes que a Jerssica ficou de resolver antes de vir pra cá com o Bruce. Aliás, esse foi outro “problema”, mas conseguimos resolver. Apesar de encher muito o saco durante o vôo conseguimos trazer o Bruce sem problemas. Aliás, se o Bruce não pudesse vir ninguém viria, né.
Então há exatos 6 meses peguei o vôo para o Rio. Uma coisa chata que tivemos que lidar é que como passei o primeiro mês inteiro procurando apartamento para alugar e morando num hotel, tivemos que ficar separados, a Jerssica e o Bruce lá em Imperatriz e eu aqui. Mas já passou, ainda bem. :)
Achar um lugar pra morar foi um desafio. A Globo.com fica na Barra da Tijuca, que é um bairro bem caro e bem distante da parte mais famosa da cidade, logo, morar longe não era uma boa opção mas morar perto também não sairia barato. Depois de visitar váaaarios apartamentos nas redondezas e aqui na Barra achei um apartamento bacana com um custo aceitável e de certa forma bem perto do trabalho. Com o apartamento alugado pude receber meus negros maravilhosos e começar mais uma fase da jornada, a adaptação.
O Bruce parece que gostou da nova vista. :)
A vida no Rio
De certo modo acredito que tenhamos subestimado essa mudança. Começar uma nova vida do zero nunca vai ser algo fácil. No fim das contas a gente deixou todo o conforto que tínhamos da nossa casa, família e amigos por um monte de incertezas. Mas mesmo com tudo isso acreditamos que esteja valendo a pena.
Comparar Imperatriz com o Rio não faz sentido, são cidades bem diferentes, com estilos diferentes e funções diferentes. E foi com essa cabeça que cheguei aqui e foi justamente isso que deixou tudo mais fácil.
Fomos no Maracanã ver o Barcelona da Gávea
Mas nem tudo são flores e tem algumas coisas que me incomodam por aqui. O custo de vida é um negócio maluco, e aqui na Barra é pior ainda, a sensação que se tem é de que você está o tempo todo dentro de um aeroporto. A distancia entre os lugares também é bem chato, até os lugares que teoricamente são perto no fim das contas são bem longe. No geral as pessoas parecem estar boladas o tempo inteiro e pelo menos comigo tem sido raro dar um obrigado e ouvir um de nada.
Algumas coisas me surpreenderam de forma positiva. O transporte público apesar de ser uma bosta é muito bom dependendo de onde você veio. Eu não estava acostumado a poder ir tão longe gastando tão pouco. Outra coisa é a violência que apesar de ser algo bem presente não é tão ruim quanto se vê no jornal.
No mais, ainda estamos acostumando com a cidade e com as pessoas. Ainda nos assustamos ao entrar no supermercado e ver um senhorzinho de sunga, ou em perceber que dois(ou três) corpos podem sim ocupar o mesmo espaço como acontece nos ônibus. Ou que o pouco aqui ainda é muito, o perto ainda é muito longe, o barato ainda é bem caro e coisas do tipo. São detalhes que a gente vai aprendendo com o tempo, mas que não chegam a ser um problema.
A cidade é maravilhosa, mas se liga.